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Pikinini do Vanuatu
Quem nunca ouviu falar do Vanuatu não sabe que este arquipélago de difícil acesso e constituído por cerca de noventa ilhas e ilhotas se situa na região da Melanésia, no Pacífico Sul, perto dos confins do mundo.
Com uma paisagem natural diversa, onde areia branca coexiste com areia preta vulcânica, o arquipélago é conhecido não só pelo mar de coral que banha as suas ilhas, mas também pelas tradições ancestrais e tribais que ainda conserva. Desenhos geométricos na areia que podem contar lendas antigas, danças e cânticos tribais que ligam o homem à terra e uso de trajes em palha fazem parte do quotidiano de um povo que caiu no esquecimento dos tempos modernos.
Sendo um dos países mais pobres do mundo, o Vanuatu é paradoxalmente considerado como o país onde as pessoas são mais felizes. Os seus habitantes cultivam a sua própria comida e bebem água da chuva previamente filtrada. Constroem as suas próprias casas, que na maioria das vezes são modestas cabanas feitas de bambu e com telhados de palmeiras, e pescam o peixe que partilham à noite com a comunidade, sentados no chão à volta de uma fogueira e a ouvir contos fantásticos relatados pelos mais velhos.
Este projeto nasceu pela vontade de explorar as ilhas de Efaté, Tanna, Espiritu Santo e Epi com o objetivo de contemplar uma realidade oposta à do ocidente e, em particular, a de Portugal, que atualmente agonia em tempos de crise. Como é que com tão pouco os vanuatuenses são os mais felizes do mundo? Partir ao encontro das crianças do país foi a chave de base para a minha empreitada. Como é que elas vivem sem televisão e sem playstation? Como é que brincam livremente por entre porcos, galinhas, cães e gatos selvagens até ao fim do dia, quando o sol se deita para acordar do outro lado do mundo? Como é que, em tenra idade, cultivam o quintal e vão à pesca a bordo de uma piroga em madeira, sem saberem o que é um iphone?
Susana Vieira Ramos
Susana Vieira Ramos
Nota biográfica
Licenciada em Estudos Clássicos pela Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra e Pós-Graduada no Ensino de Português para Estrangeiros, pela Universidade do Porto, Susana Vieira Ramos, 29 anos, é natural de Vila do Conde. Viveu em França e na Nova Caledónia, entre 2009 e 2013, onde teve oportunidade de colaborar em vários projetos académicos, desenvolvidos pela Université de la Nouvelle-Calédonie e pela University of South Pacific.
Durante o ano de 2012, realizou uma série de entrevistas com imigrantes da Nova Caledónia, da qual resultou uma exposição fotográfica e o livro Gentes do Mundo no Fim do Mundo.
Sobre a autora
Autora do livro: Gentes do Mundo no Fim do Mundo, Editora Mindaffair (2014)
Autora do projeto: Pikinini do Vanuatu: ao encontro da felicidade (2012)
Menção honrosa na exposição fotográfica Volta ao Mundo em 80 Fotos, Lagoa, Açores
Participação no Concurso Aveiro Jovem Criador 2013
Exposição fotográfica na Casa Municipal da Juventude de Aveiro, intitulada Pikini-ni – ao encontro da felicidade
Entre 2010 e 2012: Tutora de projetos educativos na Université de la Nouvelle-Calédonie, Oceânia
Entre 2009 e 2010: Professora de Português para estrangeiros no Instituto Camões, em Paris
Atualmente: Professora de Português para estrangeiros na Ciberescola
De 1 a 30 de Novembro 2014
Na Biblioteca Diana-bar
Ver também:
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Lançamento do livro "Gentes do mundo no fim do mundo"
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