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Num certo sentido, a Isabel Lhano não sabe mostrar o feio porque a beleza é um ponto de partida do qual não abdica. O que vemos nas suas telas é sempre propenso ao deslumbre e à perfeição, mesmo que nos queira falar do tempo de hoje e das suas terríveis provações. Assim, esta exposição é um protesto, sim, mas não deixa de ser um protesto construído sobre a elegância que sempre reconhecemos à artista.
Porque falar da crise, da troika ou da emigração forçada é quase inevitável, o gesto de Isabel Lhano é muito de coragem por assumir na sua arte o ponto de vista crítico, pondo em causa o resultado mais óbvio para desferir um golpe claro, para incomodar. Claro que a beleza pode incomodar. Seria bom que servisse, a beleza, a arte, o incómodo e esta exposição da Isabel Lhano, para mudar muita coisa nos dias em que vivemos. A utopia não acaba. Esta artista mostra bem esse facto.
Valter Hugo Mãe
Isabel Lhano
Natural de Vila do Conde. Licenciada em Pintura pela Faculdade de Belas Artes do Porto. Bolseira da Fundação Calouste Gulbenkian nos anos 1971 e 1972. Autora do Projecto "Mom’arte", co-responsável pela organização e membro do júri de selecção e premiação - Convento do Carmo Vila do Conde, 1998. Autora do projecto e design da edição "Homenagem a Sónia Delaunay" - CM Vila do Conde. Responsável em 1992 pela programação e direcção artística da Galeria do Auditório Municipal de Vila do Conde. Directora Artística da Galeria Delaunay, Vila do Conde, de 1996 a 1999. 1º Prémio do Concurso Gráfico da Sarrió, com o catálogo “Acto do Corpo", na SNBA. Edição de serigrafia pelo Centro Português de Serigrafia, Lisboa, 1999. Representada no Museu Amadeo de Souza-Cardoso, no Museu de Arte Contemporânea de VN de Cerveira e por aquisição na Delegação Norte do Ministério da Cultura e na Fundação Eng. António Almeida, Porto. Edição em 2000 de serigrafia, a convite da Delegação Norte do Ministério da Cultura. Autora das capas de livros de vários autores Portugueses, como: Valter Hugo Mãe, João Rios, Rita Ferro Rodrigues, Daniel Maia Pinto. Em 2004 participou no livro de aniversário da quasi editora “Afectos e outros afectos” com prefácio de Mário Soares. Prémio Erótika 2009 - Bienal de Arte Erótica de Gondomar.
Tem realizado exposições individuais desde 1983, sendo as últimas: 2002 – “Afectos", Instituto Camões, Luxemburgo. “Afectos", Museu Amadeo de Souza Cardoso, Amarante. 2003 - "Dos Afectos", Galeria da Árvore, Porto. 2004 – “Elogio do Essencial” Instalação de pintura na Casa das Artes de Famalicão. 2005 - "Elogio do Essencial", Galeria Esteta, Porto. 2006 - "Se estas telas falassem", Galeria do Estaleiro Cultural Velha-a-Branca, Braga. 2007 - "A Concha quadrada", Galeria São Mamede, Lisboa. "Estamos Aqui", Galeria da Biblioteca Almeida Garret no Palácio de Cristal, Porto. 2009 - "Nós", Galeria de Arte Solar de St. António, Porto. 2011 “Aqui” 30 anos de percurso Artístico, Galeria do Centro de Memória de VC. 2012 “Se estas telas falassem”, Galeria da AMI - AMIARTE, Porto. 2012 “Enlevos”, Galeria A.S.V.S., Porto. 2013 “Rostos com Estórias”, Galeria do Instituto Politécnico, Viana do Castelo. 2014 – “Do Medo” – Galeria Artes Solar Sto. António, Porto.
Exposição no âmbito das Correntes d’Escritas 2015
De 26 de Fevereiro a 26 de Março 2015
Na Biblioteca Municipal
Ver também:
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Folha de sala
•
Correntes d.Escritas 2015
•
Isabel Lhano - site oficial
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