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FRAME
“I think that probably the most potent desire for a Painter, an image-maker, is to see it. To see what the mind can think and imagine, to realize it for oneself, through oneself, as concretely as possible”.
Philip Guston
Frame apresenta um conjunto pictórico marcado por uma única condicionante programática, imposta a si próprio pelo pintor: a utilização livre de imagens dos filmes do realizador de Andrei Tarkovsky como modelo visual na construção destas pinturas.
A coesão do conjunto deve-se, em grande medida, a este programa em que de modo despudorado se utilizaram vários frames dos filmes de Tarkovsky, obtendo-se, de uma só vez, um modelo de atmosfera e cor, assim como um modelo humano para a representação da figura.
Este projeto permitiu enaltecer uma paixão antiga pela obra de Tarkovsky, que representa, em cinema, o que se pretende aqui em pintura: criação em “modo profundo”. Mesmo que de uma maneira enviesada e através dos meios obsoletos da pintura.
Os filmes de Tarkovsky são um modelo, por excelência, de liberdade narrativa, simbólica e de plasticidade visual. No filme “Stalker”, três personagens vistos de costas, entre eles o próprio Stalker, em cima de um pequeno comboio, entram na “Zona” que Slavoj Zizek descreve como um lugar onde não existe nada de específico, sendo somente um sítio onde um certo “limite” foi estabelecido. Para lá deste imposto “limite” temos a perceção de existir outro lugar, um lugar onde podemos projetar as nossas convicções, medos, realidades do nosso espaço interior… A “Zona” é, em última instância, o branco imaculado da tela cinematográfica ou, acrescente-se, da tela pictórica.
Constatou-se, já próximo do fim da realização deste conjunto, que a representação da figura humana aparece quase sempre associada a uma recorrente obstrução do olhar dos modelos representados, seja porque os olhos estão fechados, ficaram na obscuridade, escondidos pela posição do modelo ou por uma forma que se sobrepõe. Parece que a condição para que uma figura pertença a este imaginário pictórico é consentir uma forma de interferência na sua capacidade de ver, como que numa troca infame: “para seres representado consentirás na diminuição da tua capacidade de ver”.
A visão dos pintores pode dar lugar a muitas sombras.
L.T. 2015
Luís Troufa, nasceu em Matosinhos, Porto, em Maio de 1971.
Mora em Viana do Castelo.
Mestrado em Pintura, pela Faculdade de Belas Artes da Universidade do Porto.
Artista que tem vindo a desenvolver trabalho no campo da pintura, do desenho e do vídeo.
2015 - Participação na 7º Edição do Projecto de Arte Urbana da Fundação AMI - 30 ANOS 30 ARTISTAS.
2015 – Video “Our Songs Will All Be Silenced” com Projeto Musical IURTA, apresentado no “Poste” (Galeria Extéril) no dia mundial das Artes. Porto
2015 - Vídeo para projeção simultânea com o concerto do projeto musical IURTA, Espaço Portas do Sol 172, Porto.
2014 – Exposição coletiva "Arte em Segredo", 4ª edição do evento, organizada pela Faculdade de Belas Artes da Universidade do Porto (FBAUP);
2013 – Exposição coletiva “15 Minutos de Fama”, Galeria Extéril, Porto;
2013 - Exposição coletiva “CHEIA” (2ª Edição) na Biblioteca Municipal Rocha Peixoto, Póvoa do Varzim;
2013 – Exposição coletiva “56,7”, Galeria má arte, Aveiro;
2011 – “Serralves em Festa”, com o documentário “Carta A Minha Mãe” do qual foi co-realizador com Zeferino Mota.
2011 - Realização de filme em vídeo para projecção simultânea com o concerto do projecto musical “UNDARA”, em Viana do Castelo.
2010 - Ilustração postal do projeto “Um beijo que retorna ao mar”, da responsabilidade UATIP – Universidade Autónoma da Terceira Idade do Porto.
2009 - Concepção gráfica de um postal para o projecto “Rua dos dois amigos”, apresentado entre outros locais, na Fundação Serralves, da responsabilidade UATIP – Universidade Autónoma da Terceira Idade do Porto.
1996 - Exposição de finalistas no museu da FBAUP.
1995 - Exposição coletiva “ESBAP-FBAUP”, no Museu dos Transportes e comunicações no Edifício da Alfandega do Porto.
1995 - “31 finalistas da FBAUP” na Associação Portuguesa de Importadores de Algodão em Rama.
1993 - Exposição colectiva de artista Plásticos de Matosinhos, na Câmara Municipal de Matosinhos.
1992 - Exposição colectiva, na sala de exposições do Pavilhão Rosa Mota.
1990 - Menção honrosa do concurso de Pintura Augusto Gomes
1989 - Vencedor do 1º Prémio de Pintura Augusto Gomes
De 4 a 30 de Setembro 2015
Na Biblioteca Municipal
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