Museu Nacional de Arte Antiga - mostra bibliográfica
Criado em 1884, habitando, há quase 130 anos, o Palácio Alvor e cumprindo mais de um século da atual designação, o MNAA-Museu Nacional de Arte Antiga alberga a mais relevante coleção pública portuguesa, entre pintura, escultura, ourivesaria e artes decorativas, europeias, de África e do Oriente.
Composto por mais de 40 000 itens, o acervo do MNAA compreende o maior número de obras classificadas pelo Estado como “tesouros nacionais”. Engloba também, nos diversos domínios, obras de referência do património artístico mundial.
Herança da História (com realce para as incorporações dos bens eclesiásticos e dos provenientes dos palácios reais), a coleção do Museu Nacional de Arte Antiga foi sendo engrandecida por generosas doações e importantes compras, ilustrando, em patamar de objetiva excelência, o que de melhor se produziu ou acumulou em Portugal, nos domínios acima enunciados, entre a Idade Média e os alvores da Contemporaneidade.
Parceiro incontornável na atividade museológica internacional, ao MNAA pertence, historicamente, a dignidade de museu nacional normal: o que define a norma, as boas práticas, em acordo, uma vez mais, com os padrões internacionais, seja em matéria de conservação e de museografia, seja no âmbito do seu serviço de educação, pioneiro no País. Fonte
O Museu Nacional de Arte Antiga está instalado, desde a sua fundação, no palácio mandado construir, em finais do século XVII, pelo 1º conde de Alvor, após o seu regresso da Índia, onde fora vice-rei. Mantido na família até meados do século XVIII, veio depois a pertencer a um irmão do marquês de Pombal, Paulo de Carvalho, antes de passar a residência de um rico negociante de diamantes e cônsul da Holanda, Daniel Gildemeester, que patrocinou avultadas obras de qualificação dos interiores.
Típico exemplo da arquitetura civil portuguesa da época, o palácio desenvolve-se numa longa fachada corrida, paralela à rua, com grande simplicidade de desenho, apenas pontuado pelos portais de aparato, de animado desenho barroco. Duas salas de tetos pintados com quadraturas, atribuídas ao artista florentino Vincenzo Bacherelli, foram certamente realizadas no tempo do primeiro ou do segundo conde de Alvor. Outros tetos receberam ainda, já em meados do século XVIII, ornamentações em estuque de caprichoso recorte rocaille, atribuíveis a Giovanni Grossi, uns e outros raros vestígios dos programas decorativos originais, que evidenciam a internacionalização dos padrões de gosto das grandes famílias aristocráticas, numa sociedade de corte em profunda renovação.
Adaptando-se ao crescimento das suas coleções e a novas exigências museológicas, o MNAA tem vindo a ser sucessivamente ampliado, com a integração, nos seus circuitos expositivos, da capela do desaparecido convento de Santo Alberto, edificado entre 1583 e 1598, integralmente revestida a talha dourada e azulejo, e, na primeira metade do século XX, com a construção do anexo poente (Arquiteto Guilherme Rebelo de Andrade 1930/40), e de um acrescento à ala oriental (entre 1942 e 1947), destinado a Auditório, Biblioteca e Gabinete de Estampas.
Obras de modernização mais recente, em 1983 e em 1992-1994, pelo arquiteto João de Almeida, permitiram alargar os espaços afetos à exposição permanente bem como às exposições temporárias, a ampliação das áreas de serviços técnicos e administrativos e criar, em simultâneo, melhores condições de visita e usufruto do principal museu português.
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