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Apresentação do livro estará a cargo de João Ricardo Pateiro
Leitura de poemas por
Aurora Gaia
Isilda Nunes
Carlos Ogando Revez
David Morais Cardoso
Terceiro tomo de uma trilogia iniciada com “Fragmentos”, “Peregrino de mim…” não é o fim da viagem.
Mas sim o início de uma jornada, a do conhecimento, que não tem limites. Como o poema. (Sérgio Almeida)
É o feliz desenlace desta trilogia poética em que Álvaro Maio começou por reunir vivências, ou ‘Fragmentos’, como preferiu chamar-lhes. Assim se abriu o caminho para a descoberta que continuou com ‘Mais de Mim’ e terminou nesta peregrinação às profundezas da existência. (André Rodrigues)
Álvaro Maio
Nasceu a 29 de Junho de 1960 na Póvoa de Varzim. Cresceu em Lourenço Marques, Moçambique. Estudou Desenho e projeto Industrial vindo a exercer a profissão de Desenhador-Projetista na área da metalo-mecânica. Estudou depois Jornalismo disciplina que lecionou durante dois anos no ensino público exercendo também como jornalista a profissão em várias rádios e jornais nacionais e locais. Hoje é Comercial numa empresa do ramo alimentar em Portugal tendo voltado em part-time ao jornalismo desportivo. Tem poemas seus incluídos em variadas Antologias. Este Peregrino de Mim encerra uma trilogia poética que começou em 2013 com Fragmentos e continuou em 2016 com Mais de Mim. Vencedor do Prémio “Poetas da Ria” de Aveiro subordinado ao tema do Dia Internacional da Mulher 2014, com o poema “Mulheres, mulheres”.
Agora fechando o ciclo em “ Peregrino de Mim…” a caminhada consciente do viajante insatisfeito, incompleto e em certos aspectos desgastado e cansado, proponho-vos uma partilha diferente:
Encontrando em mim os desafios da humanidade busco dentro de mim os caminhos de mudança e de evolução. Levo-vos comigo numa viagem sem fim, muito para além ou aquém da vida. Percebendo que quando chegamos já partimos e que quando partimos ainda ficamos, procurei nas palavras e nos sentidos dos poemas viver, explicando a mim próprio o sentido espiritual com que a nossa vida se vai cruzando ou até mesmo entrelaçando como se de um jogo se tratasse.
De poema em poema, verso em verso, palavra em palavra fui cavalgando os sentires de uma vida inquieta onde permanentemente me questionei sobre as opções e os vários caminhos que se dispunham na minha frente ou dentro de mim.
Tantas vezes esta viagem me obrigou a ir dentro de mim para poder sair á procura.
Tantas vezes procurei em mim o que me era dado a conhecer fora de mim.
Tantas vezes as etapas do caminho viram finais longínquos que eram apenas intervalos mais ou menos rápidos de um viver incomodado e insatisfeito.
Em “ Peregrino de mim” a “morte” do poeta foi um constante desafio ao equilíbrio de uma mente em busca da perfeição que só existe num final ensaiado e tantas vezes repetido mesmo se o fim não era fim mas apenas um recomeço.
Álvaro Maio em "Peregrino de Mim"
o que encontramos em “Peregrino de Mim...” é uma busca da unicidade no diverso. Uma tentativa de encontrarmos o “universo num grão de areia”, como diria Mia Couto. É comum associar-se a busca interior ao solipsismo cerrado. A uma recusa em ver para lá do próprio umbigo, em suma. Álvaro Maio demonstra-nos quão falaciosa é essa ideia. Conhecermo-nos a nós mesmos é, afinal, o primeiro passo para conhecermos o que nos rodeia. Em harmonia com a interioridade, estamos mais predispostos para observar, contemplar, colher. Viver, pois. Como o autor no-lo demonstra, com invulgar sageza, ao longo destes poemas. Neles, lateja a pulsão para que saiamos dentro de nós sem que isso signifique abandonar o reduto último da individualidade. Ir longe de mais dentro de nós, como escreveu Sebastião Alba, nunca é – paradoxos à parte - ir longe demais dentro de nós.
Sérgio Almeida ( JN ) no prefácio de “ Peregrino de Mim..”
Cada poema do Álvaro vai direto às palavras certas, não se perde em rodeios e, assim, consegue ser uma porta escancarada para o autoconhecimento, navegando ao encontro do mundo, entregando-se confiadamente ao seu leitor, transmitindo-lhe a esperança que ele próprio vive, mostrando, em cada verso, o melhor de si, fazendo as pazes consigo e com a vida.
É um exercício que nos interpela. Nesta trilogia poética, o Álvaro Maio veste-se de coragem para fazer a tal peregrinação que muitos de nós receamos trilhar, seja por vergonha, seja pelo receio de ficar a meio da viagem sem saber ao certo para onde ir.
O Jorge Palma canta que “enquanto houver estrada pr’andar, a gente vai continuar”. O Álvaro concluiu uma importante etapa da sua peregrinação interior, chegou a bom porto, alcançou a tão desejada catarse que abre alas para o homem novo que agora emerge.
André Rodrigues ( RR ) no posfácio de “ Peregrino de Mim…”
29 de novembro 2019, 21h30
na Biblioteca Diana-bar
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