.
Octávio Lixa Filgueiras

   

Arquitecto português, Octávio Lixa Filgueiras nasceu em 16 de Agosto de 1922, no Porto.
Em 1940 concluiu o Curso Geral dos Liceus no Liceu Alexandre Herculano daquela cidade. Seguidamente, frequentou o 1º ano dos Estudos Preparatórios de Engenharia, na Faculdade de Ciências da Universidade do Porto, estudou Arquitectura na ESBAP - Escola Superior de Belas-Artes do Porto, de 1942 a 1949, recebendo o diploma em 1954, onde defendeu um trabalho de fim de curso de índole eminentemente teórica sobre "Urbanismo: Um Tema Rural", obtendo a classificação de 20 valores. Esta tese só se tornou possível devido à grande reforma feita no ensino da Arquitectura no Porto, promovida pelo director da ESBAP, o arquitecto Carlos Ramos.
Participou, com os arquitectos Arnaldo Araújo e Carlos Carvalho Dias, em 1955, numa das seis equipas que elaboraram o inquérito à arquitectura popular portuguesa, tendo estudado a Zona 2 – Trás-os-Montes e Alto Douro, que resulta na publicação de um livro, em 1961, sob o título Arquitectura Popular em Portugal. Este registo reveste-se de particular importância dado que constitui uma reflexão e interpretação da arquitectura popular portuguesa, transformando-se numa referência a diversos níveis (tipológico, identidade de materiais, forma e imagem), o que muito influenciou a produção e reflexão arquitectónicas das gerações seguintes.
Entre 1956 e 1957 trabalhou na DGEMN – Direcção-Geral dos Edifícios e Monumentos Nacionais, onde entrou por concurso.
Foi professor da ESBAP desde 1957 e da FAUP – Faculdade de Arquitectura da Universidade do Porto a partir de 1985 até 1991.
Em 1962 começou a leccionar na ESBAP, Escola que deixou apenas em 1991. Em 1967 tornou-se vogal da 4ª Subsecção da 2ª Secção da Junta Nacional da Educação (Património Arquitectónico/Urbanístico), cargo que manteve até 1977.
Entre 1970 e 1973 fez parte da Comissão de Intercâmbio do Instituto de Alta Cultura e, logo a seguir, trabalhou como Inspector Superior de Belas-Artes e da Comissão Nacional do Ano Europeu do Património Arquitectónico, até 1976, ano em que coordenou o processo "Cidade Romana de Braga" e o inquérito "Imóveis do Património a Recuperar", na Junta Nacional de Educação.
Entre 1978 e 1981 integrou o Gabinete do Secretário de Estado da Cultura, então chefiado por David Mourão-Ferreira, sendo-lhe confiado o apoio à formação da futura Delegação Regional do Norte.
Em 1981 foi destacado para o Centro de História da Universidade do Porto, onde se manteve até 1985. Neste ano transferiu-se como professor catedrático para a Faculdade de Arquitectura do Porto, onde veio a dirigiu um seminário de finalistas dedicado a um tema que lhe era muito caro – a Protecção do Património Arquitectónico.
De 1983 a 1985 foi assessor do Gabinete de Urbanização da Câmara Municipal do Porto.
Durante a sua vida interessou-se pela etnografia e arqueologia naval, elaborando um inquérito às Embarcações Tradicionais Portuguesas (1955-1977), o que o leva a não ter uma vasta obra arquitectónica construída, mas resulta num grande número de livros e artigos em revistas nacionais e internacionais nas áreas de arquitectura, tecnologia e arqueologia naval.
As suas principais obras são: o conjunto de moradias na Rua de São Tomé, Porto (1961); a banda de habitações, na Rua Leonardo Coimbra, Porto (1962); algumas estações de telefone, Álvaro Castelões e Nevogilde (Porto), Gaia e Matosinhos; e a Caixa Geral de Depósitos, Vila do Conde.
Como investigador e membro fundador participou em todos os International Symposia on Boat & Ship Archeology. Organizou o IV Simpósio (1985) sobre o tema "Local boats", com conferências no Porto, em Aveiro e em Lisboa.
Faleceu em 11 de Março de 1996, no Porto.

Octávio Lixa Filgueiras. In Infopédia [Em linha]. Porto: Porto Editora, 2003-2009. [Consult. 2009-07-13]. Disponível na Internet em: <http://www.infopedia.pt/$octavio-lixa-filgueiras>.

Saber mais sobre Octávio Lixa Filgueiras na Biblioteca Nacional