Colóquio "Rocha Peixoto no centenário da sua morte"
8 e 9 de Maio de 2009
Museu Municipal de Etnografia e História da Póvoa de Varzim

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Prof. Doutor João Paulo de Sousa Cabral
........Rocha Peixoto e a História Natural. Ensino, colecções e museus
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Nota biográfica

João Paulo de Sousa Cabral é licenciado em Biologia pela Faculdade de Ciências de Lisboa e doutorado em Biologia pela Faculdade de Ciências do Porto.
É actualmente professor associado do Departamento de Botânica da Faculdade de Ciências do Porto e investigador do Centro Interdisciplinar de Investigação Marinha e Ambiental da Universidade do Porto.
Tem leccionado as disciplinas de «Microbiologia Ambiental» e parte da disciplina de «Microbiologia e Biologia dos Fungos».
Tem publicado regularmente, desde 1989, em revistas portuguesas, espanholas e internacionais. A sua investigação tem focado assuntos muito diversos como o modo-de-acção de agentes anti-microbianos, a toxicidade de metais em bactérias, algas e líquenes, a biologia das lapas (Patella spp.) da costa portuguesa, e mais recentemente, a história da botânica em Portugal.

   
Resumo

Nesta palestra, intitulada «Rocha Peixoto e a História Natural. Ensino, colecções e museus», pretende-se dar a conhecer a actividade de reflexão sobre a história natural, empreendida por Rocha Peixoto. Efectivamente Rocha Peixoto explicitou, em vários dos seus trabalhos publicados, qual a sua visão sobre a história natural (o que era e quais os seus objectivos primordiais), como deveria ser processado o seu ensino a nível dos liceus, escolas técnicas e universidades, e qual a importância das colecções e dos museus de história natural no ensino e na formação cultural dos indivíduos. Demonstraremos quão modernas e correctas eram as visões de Rocha Peixoto quanto à importância da história natural no contexto do ensino liceal, técnico e universitário, e quanto à importância das colecções no âmbito dos museus e da formação cultural de todos os cidadãos.
Far-se-á, no início, uma caracterização sumária do que é a história natural.
Segue-se um breve historial do ensino da história natural, nos liceus, desde 1836 até ao fim do século XIX.
São apresentadas e discutidas as ideias conceptuais de Rocha Peixoto sobre o ensino da história natural no contexto dos liceus, das escolas técnico-profissionais, e das universidades.
Para o desenvolvimento e promoção da história natural no Porto, Rocha Peixoto tomará três iniciativas de grande relevo: a fundação da Sociedade Carlos Ribeiro, a fundação e publicação da «Revista de Sciencias Naturaes e Sociaes» e a elaboração de um relatório sobre as colecções de história natural do Museu Municipal do Porto.
Abordam-se nesta palestra, de seguida, o primeiro e o terceiro destes tópicos.
Em relação à Sociedade Carlos Ribeiro, apresentam-se, sumariamente, as características da sociedade, as suas actividades no campo da história natural, a razão da sua fundação no Porto, em 1888, e as causas do seu desaparecimento prematuro, em 1898.
Quiçá a intervenção de maior fôlego de Rocha Peixoto relativamente às colecções e museus de história natural foi o relatório que elaborou e publicou em 1888, sobre a reorganização do Museu Municipal do Porto.
Descrevemos brevemente o museu, herdeiro directo das colecções de João Allen.
Segue-se uma análise e discussão do relatório de Rocha Peixoto, no que respeita as colecções de história natural - colecções zoológicas e botânicas.
Termina-se a palestra com um resumo da visão de Rocha Peixoto sobre o ensino da história natural e sobre a importância das colecções e dos museus de história natural no ensino e na formação cultural dos indivíduos.