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| | Biografia Publicista e jornalista nascido em Murça. Serviu a I República como chefe de gabinete de vários ministérios, tendo exercido o cargo, pioneiro, de Provedor da Assistência Pública. Em 1913 foi eleito vereador da Câmara Municipal de Lisboa e, em 1925, nomeado director do Instituto Nacional do Trabalho. No âmbito destas funções desenvolveu uma meritória acção de defesa dos interesses e do prestígio das instituições de previdência e mutualismo existentes em Portugal, como aconteceu com a Associação Mutualista da Póvoa de Varzim e, mais tarde, com a Beneficente e a Fúnebre Familiar.
Em 1933, a convite do jornal “O Século”, elaborou a História do Mutualismo em Portugal, conferência realizada na Associação Comercial da Póvoa de Varzim e logo reproduzida na Associação de Jornalistas e Homens de Letras do Porto.
Escreveu para a “Revista de Portugal Económico, Monumental e Artístico” um notável ensaio monográfico sobre a história da sua terra natal.
Da sua intensa actividade cívica e associativa destaca-se a organização, no Porto, do I Congresso dos Empregados do Comércio, em 1901 e a intervenção negociadora que o distinguiu na “grave crise de trabalho dos marítimos do porto de Lisboa”, ocorrida 1916 no auge, directamente consequencial, da I Grande Guerra (1914-1918).
O seu relacionamento com a nossa terra, já marcado, com toda a certeza, na tradicional predilecção transmontana pela “Póvoa do Mar”, emerge, ademais, em alguns dos momentos importantes da sua biografia como político e jornalista. Sob o seu pseudónimo de “Poveiro Adventício” escreveu “formosíssimas” crónicas para “O Primeiro de Janeiro” e “O Comércio da Póvoa de Varzim”, evocando a vida balnear da Praia Poveira.
“Podia apelidar-se muito bem de Poveiro de coração – lê-se no artigo necrológico de “O Comércio...” - Se o não era pelo nascimento, mostrou-o sempre na afeição e na amizade que dedicava à Póvoa que nós, poveiros, nos habituamos a considerá-lo como um dos nossos.”
Santos Graça, amigo e correlegionário, traça-lhe o perfil filantrópico e acresce um dado novo ao seu poveirismo:
A Alfredo Pinto se ficou a dever a concessão de cinquenta por cento de desconto nas passagens dos poveiros para África, arrancada por sua patriótica insistência, junto das duas principais companhias de navegação da época: a “Colonial” e a “Nacional”.
Corolário desta paixão pela Póvoa, foi a sua decisão testamental de doar à nossa Biblioteca Municipal um valioso espólio bibliográfico, constituído por livros e revistas, de inegável valia para a história do período republicano, a maioria dos quais, se encontram amplamente anotados pelo seu punho e onde ainda é possível detectar uma intenção crítica, muito pessoal, sobre os homens e os acontecimentos do seu tempo.
Comissão Municipal de Toponímia - Toponímia: Pareceres do Grupo de Trabalho. Póvoa de Varzim: Câmara Municipal, 1997. Acessível na Biblioteca Municipal da Póvoa de Varzim.
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