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| | Biografia Nascida em Vila Real em 1927, sempre se viu a dar aulas - de início no ensino privado, a partir de 1968/69 nas escolas públicas, onde paralelamente às suas funções docentes, desenvolveu intensa actividade na área da promoção da leitura.
A sua tese de estágio sobre "O Valor Pedagógico da Sessão de leitura", cursos sobre "Expressão e Comunicação", acções de formação sobre "Literatura para Crianças e sua função na Sala de Aula" ou sobre "Estratégias para fomentar o Gosto da Leitura" e "Importância da Leitura na Era da Imagem", ou ainda em torno de "Transformações da Narrativa em Teatro" ou da "Iniciação ao Texto Poético" são algumas das múltiplas iniciativas que, no mundo escolar, nasceram da sua militância a favor do livro e da leitura.
Formou-se na Faculdade de Letras de Lisboa, em Histórico-Filosóficas, curso que começou a frequentar em 1944. No entanto, já na altura se interessava por literatura, tendo assistido a aulas de Vitorino Nemésio (que considerou «absolutamente espantosas»), Lindley Cintra e Crabbé Rocha.
Foi professora do antigo Ciclo Preparatório (actualmente Segundo Ciclo do Ensino Básico) nas escolas Ramalho Ortigão (1968–1976) e Francisco Torrinha (1976–1997). Participou, a partir de 1972, na experiência de Veiga Simão para o lançamento dos 7º e 8º anos de escolaridade. Não se limitou a influenciar os alunos. Os alunos também a influenciaram, como o prova o facto de ter incorporado nas suas obras neologismos da autoria deles, tal como «renovescer» no lugar «renovar».
Em 1975, cumpriu um mandato no Conselho de Imprensa, em representação da opinião pública, vindo a cumprir um segundo mandato em 1981. Ainda em 1975, esteve em Timor por requisição do governo daquela (então) província ultramarina, para prestar serviço na comissão eventual encarregada de fazer a remodelação dos programas de ensino.
A obra de Luísa Dacosta foi objecto, de entre outros, dos seguintes trabalhos académicos: José Antonio Gomes, "Espelhos e Sombras. Representações do eu em Luísa Dacosta" (tese de doutoramento orientada pela Prof.ª Doutora Clara Rocha, Lisboa, Faculdade de Letras da Universidade Nova, 2003); Parícia Maria de Sousa Couto, "A Obra Infanto-Juvenil de Luísa Dacosta. O Deslumbramento da Palavra" (tese de mestrado, orientada pela Prof.ª Doutora Maria João Reuynaud, Porto, Faculdade de Letras da Universidade do Porto, 2004); e Paula Borges, "Escrita à Beira Mágoa [sobre "Aver-o-Mar" e "Morrer a Ocidente"], (tese de mestrado, orientada pela Prof.ª Drª Rosa Goulart, apresentada à Faculdade de Letras da Universidade dos Açores, Ponta Delgada, 2004).
Ficcionista, cronista e poetisa, Luísa Dacosta foi distinguida pela Secção Portuguesa do IBBY (International Board on Books for Young People), que a escolheu como candidata ao Prémio Hans Christian Andersen 2002, uma espécie de Nobel da literatura infantil.
Na sua actividade traduziu ainda obras de Nathalie Sarraute e Simone de Beauvoir.
Exerceu a crítica na página literária de O Comércio do Porto e colaborou noutras páginas literárias, nomeadamente nas de O Jornal de Noticias, Diário Popular e em A Capital. Foi colaboradora das revistas Seara Nova, Vértice, Vida Mundial, Raiz e Utopia, Gazeta Musical e de Todas as Artes e de Colóquio de Letras, onde continua a colaborar.
Faleceu no dia 15 de Fevereiro de 2015, em Matosinhos.
*Adaptado de várias fontes |