António Maria de Pereira Azurar
António Maria Pereira Azurar nasceu na Póvoa de Varzim, a 6 de Agosto de 1838; (…) – regressou à sua terra natal e foi eleito Presidente da Câmara em 4 de Novembro de 1883.
Era sócio efectivo do Liceu Literário Português; do Retiro Literário Português; da Sociedade de Geografia, Arquitectos e Arqueólogos Portugueses; benemérito e presidente do Club Ginástico Português; director e fundador da Sociedade Medrépora do Rio de Janeiro; sócio da Real Sociedade Portuguesa Amante da Monarquia e Beneficência; da Sociedade Auxiliadora das Artes Mecânicas e Liberais e Beneficente; da Sociedade Portuguesa 16 de Setembro, Patriótica Humanitária e Beneficente; bem feitor da Caixa dos Socorros D. Pedro V; remido e presidente da Imperial Sociedade Beneficente 29 de Julho; da Sociedade de Beneficência de S. Paulo; da Associação des Comptables du Comerce et de L’industrie, de France; e sócio da Real Associação Humanitária do Porto. (…)
É que Pereira Azurar, pôs, na frente de tudo, a questão higiénica: - foi, em pessoa, levantar a planta parcial da vila e nivelou o bairro sul; - construiu o Cemitério da Giesteira; - conseguiu uma parte da agua da mina do Hospital; - calcetou as ruas principais; - captou mais água das minas da Câmara; - substituiu a tubagem de pedra pela canalização de ferro fundido; - dotou a vila com marcos fontenários; - ampliou a iluminação pública; - abriu escolas e protegeu a instrução; - perpetuou a memória de alguns filhos ilustres da nossa terra; - trabalhou com muito ardor para se realizarem os grandes melhoramentos da enseada; - trabalhou com muito empenho para a independência do círculo político; - enfim, se a morte não lhe rouba a vida, com a sua zelosa e sábia administração, projectava encanar o Esteiro e realizar obras de capital importância, porque a sua prodigiosa actividade só estava bem despendendo toda a energia dos seus recursos, sem o ónus pesado de ruinosos empréstimos. (…)
Foi Pereira Azurar quem veio ensinar como se administravam os rendimentos do município, e como acima de todas as paixões e de todos os ódios deve predominar o tino reflectido, o espírito esclarecido da recta e imparcial justiça. (…)
Foram os seus méritos de cidadão probo e honesto, e seu grande amor pela terra que lhe serviu de berço, que o arrancaram do aconchego do lar e dos afagos da família para o guindarem ao alto cargo de presidente da Câmara Municipal deste concelho (…).
Presidente como este, amigo dos empregados, como ele, ninguém o foi. Na véspera do Natal abraçava-os a todos, desde o secretário ao humilde varredor das ruas, distribuindo por todos um sorriso e uma gratificação, para que no seio das suas famílias tivessem festas felizes!
Santa e generosa criatura, que conhecia a fundo a situação precária de quem é tão mal remunerado! Fazia Pereira Azurar isto, no tempo em que os empregados da secretaria tinham gratificações da confecção de recenseamentos e outros trabalhos, assim como os varredores e vários trabalhadores tinham 440 reis por dia. (…)
Quando a sua actividade era mais necessária a esta municipalidade e após um curto período de doença, faleceu ao dar da meia-noite de 18 de Abril de 1887.
BARBOSA, Jorge – Toponímia da Póvoa de Varzim. Póvoa de Varzim Boletim cultural. Póvoa de Varzim: Câmara Municipal, Vol. XI, nº1 (1972), p. 315-319.
Outras Referências bibliográficas A Póvoa de Varzim. Revista Quinzenal, 1º ano, 1912, nº10 O Comercio da Póvoa de Varzim, (17 Abril 1936, 1 e 8 Agosto 1953) Ala-Arriba (21 Abril 1962) Jornal de Notícias, (5 de Abril 1970).