A sua composição é bastante curiosa, pois Rocha Peixoto serviu-se das letras do seu apelido para lhe dar forma. Eis a sua leitura: Dentro de um círculo o P e o T apresentam-se conjuntos; o E encontra-se à esquerda; e à direita o I; o X divide o campo da composição, atravessando-o de bordo a bordo; e em baixo o O; o T, como apresentamos atrás, está incluso no P; e o O final é o próprio círculo que limita a composição.
É, com efeito, um ex-libris bastante original, que merece atento reparo. Foi usado não só como carimbo, mas ainda colado nas guardas de alguns livros. Neste último caso apresenta por baixo do monograma a consagrada frase: ex-libris.

Meu Ex.mo e ilustre Amigo:
10-VI-908, à noite
Decido-me a seguir daqui para Coimbra àmanhã, 5.ª feira, no rápido da tarde. Muita honra me daria se quizesse e pudesse jantar comigo no Avenida. Eu sei – antecipadamente – das suas ocupações e fadigas. Não insistirei, pois, impertinentemente. Mas conceda que eu lhe manifeste o meu intenso desejo de ter honra e o prazer da sua companhia nos breves momentos de um humilde repasto. Como receie que esta carta não lhe chegue a tempo, àmanhã reatarei o meu pedido em telegrama. Na 6.ª, de manhã, conferência com o Pretor e imediato regresso ao Porto.
De V. Ex.ª
Admirador e amigo m.to ag.do
Rocha Peixoto

AREIAS, Mário – Cartas de Rocha Peixoto para António Augusto Gonçalves. Póvoa de Varzim: Boletim Cultural. Póvoa de Varzim: Câmara Municipal, Vol. V, nº 2 (1966), p. 284-285.