EXPOSIÇÃO
Rocha Peixoto: Coleccionador, Museólogo e Arqueólogo
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Na esteira da exposição Bio-Bibliográfica de Rocha Peixoto, realizada pelo nosso saudoso Professor Flávio Gonçalves, no edifício dos Paços do Concelho em 1966, o mesmo Município evoca, de novo, este homem de ciência.
A exposição do Museu, ao ser realizada em paralelo com a exposição documental e bibliográfica da Biblioteca Municipal, pretende mostrar as peças do acervo do Museu pertencentes à sua colecção pessoal (e adquiridas pela Câmara Municipal à família após a sua morte em 1910), nomeadamente objectos em talha e faianças, assim como os materiais que, por sua inspiração, foram adquiridos, fotografados ou produzidos.
Serão salientadas as suas facetas de coleccionador, arqueólogo (nomeadamente a sua importante actuação na promoção de escavações na Cividade de Terroso), museólogo, naturalista e etnógrafo, estudioso dos costumes e cultura material do povo. Destacar-se-á o aspecto fundamental - até para a criação deste museu - de ter incentivado investigadores locais como Santos Graça, ou Cândido Landolt e trazido reconhecidos homens de ciência como Fonseca Cardoso, entre outros, a elaborar trabalhos de investigações de cariz antropológico e etnográfico relativos aos pescadores da Póvoa de Varzim.
A mostra estará patente nas salas de exposições temporárias do Museu Municipal, entre 8 de Maio e Dezembro de 2009.
8 de Maio a 30 de Dezembro de 2009 |
SERVIÇO EDUCATIVO
Visita guiada à exposição (mediante marcação prévia)
De 12 de Maio a 30 de Dezembro de 2009
Teatro no Museu / Sessão de Marionetas
Apresentação da encenação “Costumes Poveiros” pela Companhia Teatro e Marionetas de Mandrágora.
Partindo do típico “Serão Poveiro”, esta peça pretende ser uma mostra dos elementos recolhidos pela investigação etnográfica realizada na Póvoa de Varzim em finais do séc XIX e primeira metade do séc. XX, espaço de estudo onde Rocha Peixoto interveio como investigador e como impulsionador de trabalhos incontornáveis como o “Poveiro” de Santos Graça.
A partir do dia 16 de Maio até ao final do ano.
Dirigido a escolas do 1º e 2º ciclo.
Duração de 45 m.
Auditório do Museu Municipal da Póvoa de Varzim
Ateliers Pedagógicos
(mediante marcação prévia, antecedidos de visita guiada à exposição)
De 12 de Maio a 30 de Dezembro de 2009
- O Colecionador e Museólogo: História da Cerâmica
- O Arqueólogo: Arqueólogo por 1 dia
- O Naturalista: Detective na Praia
O Colecionador e Museólogo: História da Cerâmica
Rocha Peixoto debruçou-se sobre a cerâmica em variados estudos, versando este tema desde a antiguidade ao século XIX, sem esquecer a vertente da sua industrialização. Ele próprio constituiu uma fascinante colecção que pode ser observada na Exposição do Museu Municipal da Póvoa de Varzim.
A cerâmica nasce no momento em que o homem pega em argila humedecida e lhe dá uma forma utilitária ou decorativa. Técnica que muda radicalmente quando o artesão introduz o objecto no fogo, daí resultando uma peça durável, resistente e, embora quebradiça, capaz de reter líquidos, armazenar alimentos e, acima de tudo, permitir uma grande diversidade de modos de cozinhar os alimentos. Os fritos, os guisados, os cozidos, só surgiram graças às novas peças de cerâmica que vão sendo produzidas.
A descoberta da cerâmica dá-se em diversos pontos do mundo. Em cada cultura/civilização as especificidades dos barros usados, as formas de cozedura, ou as capacidades artísticas e técnicas de cada povo, vão dar origem a mil e uma peças e formas que irão evoluir ao longo da História.
Peças utilitárias ou decorativas sairão das mãos dos oleiros, numa aperfeiçoamento permanente, tentando criar peças melhores, mais funcionais, ou mais belas. Da cerâmica neolítica, até aos materiais cerâmicos usados na nanotecnologia mais avançada dos nossos dias, o “barro” conheceu uma continua e profícua investigação e aplicação prática na nossa vida do dia a dia.
O mito da criação simbólica da humanidade a partir do “pó” da terra: - Deus criou Adão a partir do barro - espelha a importância da argila moldável como material primordial na acção criadora e artística do Homem (desde o paleolítico até aos nossos dias) e serve de mote à actividade agora proposta pelo Museu Municipal.
Será apresentado um historial breve sobre a cerâmica (técnicas e tipologias, bem como as respectivas características e sua evolução).
Objectos de cerâmica cardiolada neolítica, campaniforme, castreja, sigillatas e ânforas romanas, medieval, malagueira, faiança ou porcelana, serão colocadas ao dispor dos participantes para serem objecto de observação e análise.
De 12 de Maio a 26 de Junho (mediante marcação prévia)
Dirigido a escolas do 1º , 2º e 3º ciclo
Duração de 1 h.
Auditório do Museu Municipal da Póvoa de Varzim
O Arqueólogo: Arqueólogo por 1 dia
Rocha Peixoto é considerado um dos precursores da arqueologia científica em Portugal nos finais do século XIX e inícios do XX. Os seus escritos apelam para uma consciencialização da importância do património arqueológico nacional e para a absoluta necessidade de o estudar e salvaguardar. A Cividade de Terroso foi objecto dos seus esforços em realizar a sua escavação e estudo.
A arqueologia constitui uma das actividades culturais que mais cativa os jovens. O fascínio pela descoberta torna-se patente ao “desenterrar” um artefacto que permaneceu intocável desde tempos remotos, ou ao imaginar tesouros ocultos sob a terra, não esquecendo a aura aventureira que rodeia a figura do arqueólogo, herói de tantos filmes de Hollywood.
E se todos pudéssemos ser arqueólogos por um dia? Ver como se pratica a arqueologia, que normas e procedimentos se seguem, que instrumentos se usam no campo, como se procede à recolha e registo de vestígios, que cuidados se têm para conservar e restaurar os materiais obtidos, etc.
Passados 103 anos desde as primeiras escavações de 1906 em Terroso, o museu propõe uma actividade em que se proporciona um contacto directo com a arqueologia e, dessa maneira, dar a conhecer as características e os contributos culturais que desta ciência se podem obter, desde o trabalho de campo até à publicação dos resultados.
A actividade, sujeita a marcação, desenrolar-se-á na Cividade de Terroso, com a duração de uma manhã, ou uma tarde, com crianças e jovens dos 8 aos 15 anos, em grupos que não deverão exceder os 25.
Os participantes deverão trazer um chapéu, roupa e calçado apropriada (para estarem em contacto com a terra), água para beber e um pequeno lanche.
Uma versão simplificada da actividade poderá ser realizada no Museu Municipal. Aí os participantes contactarão com diversos materiais arqueológicos e serão transmitidos os rudimentos da identificação, marcação, desenho e descrição do espólio arqueológico.
Dirigido a alunos dos 8 aos 15 anos
Duração de uma manhã ou tarde.
Pólo Museológico da Cividade de Terroso, Museu Municipal da Póvoa de Varzim
O Naturalista: Detective na Praia
O mar, a pesca, a etnografia, a vida marinha e todos os aspectos ligados às comunidades litorâneas foram objecto do estudo e de especial atenção por parte de Rocha Peixoto. No ano em que se comemora o centenário do seu falecimento o Museu Municipal promove uma iniciativa procurando a divulgação do conhecimento sobre as nossas praias e as diferentes formas de vida que as povoam.
O mar é uma constante na vida dos poveiros e de todos aqueles que vivem ao longo da costa, nos mais de 600 km de litoral português. Demandado pelos nossos mais remotos antepassados, que aqui procuravam o sustento na captura de peixe, recolha de mariscos, algas e outros seres vivos.
Para o pescador poveiro o mar não tinha segredos, percebia o voo das aves, o bater das ondas, bem como a infinidade de seres vivos que o povoam. Para todas elas tinha um nome, uma utilidade, um significado.
Hoje, nestes tempos em que a vida urbana nos afasta do contacto com a natureza, quantos de nós somos capazes de identificar uma concha arrojada na praia, ou compreender a fuga repentina de um peixe ou caranguejo nas poças dos rochedos. Quantos saberemos o nome das algas que cobrem as rochas deixadas a descoberto pela Baixa-mar, ou identificamos o ovo de um cação ou raia.
Conscientes desta realidade o Museu Municipal vem propor o projecto intitulado: “Passeando ... pela praia... sem sair do Museu”, com a actividade “Detective de praia” em que se propõe levar aos jovens visitantes (dos 6 aos 15 anos), a experiência de passear pela praia e identificar as muitas formas de vida que abundam no litoral, desde algas, conchas e tantos outros vestígios que se encontram nos limites da maré, as plantas que vivem nas dunas, as aves que percorrem as nossas praias e a ligação que todas estas formas de vida têm com a História, a Arqueologia e a Identidade da nossa comunidade piscatória.
A actividade constará da apresentação de um diaporama ilustrativo do litoral e o contacto directo com espécimes das respectivas fauna e flora, bem como os problemas que afligem a nossa costa, nomeadamente a poluição, a erosão costeira, entre outros.
Convidamos as escolas a inscreverem-se nesta iniciativa que decorrerá nas renovadas instalações do Museu Municipal, a partir de 12 de Maio, levando os nossos jovens a conhecerem um pouco melhor a vida no “Mar da Póvoa”.
Dirigido a alunos dos 6 aos 15 anos.
Duração de 1h.
Auditório do Museu Municipal da Póvoa de Varzim |