| |
O arquiteto Delfim Fernandes Amorim nasceu em Portugal, na freguesia de Amorim, concelho da Póvoa de Varzim, em 2 de abril de 1917. Estudou na Escola Superior de Belas Artes do Porto, onde obteve o título de arquiteto em 1947 e foi professor assistente entre 1950 e 1951. Participou ativamente dos movimentos de implantação e divulgação da arquitetura moderna, tendo sido fundador da Organização dos Arquitetos Modernos (ODAM). As suas obras construídas e projetadas foram expostas em exposições nacionais e publicadas em revistas portuguesas.
O arquiteto emigrou para o Brasil em dezembro de 1951, como consequência do recrudescimento político do regime Salazarista e da defesa vigorosa deste sistema político de uma arquitetura nacional, uma estratégia típica dos regimes nacionalistas do período, reduzindo, portanto, as oportunidades de trabalho para os jovens arquitetos modernos. No Recife, a cidade por ele escolhida, foi professor das disciplinas de Pequenas Composições de Arquitetura e Modelagem, depois denominada de Plástica, no Curso de Arquitetura da Escola de Belas Artes de Pernambuco, que depois vem a constituir a Faculdade de Arquitetura da Universidade do Recife. A sua atuação como educador deixou marcas nos seus alunos de origem brasileira e latino-americana, cujos traços são percebidos em cidades do nordeste brasileiro e em países da América Latina.
Delfim Amorim tornou-se num dos arquitetos mais atuantes na Região Nordeste do Brasil, entre 1952 e 1972. A sua marca principal é a conciliação entre princípios modernos e modos de fazer associados às culturas regionais. Uma postura que muito se deve às formulações teóricas do arquiteto brasileiro Lúcio Costa, mas que teve nele um intérprete de personalidade própria, percebida nas suas reflexões e obras ainda em território português, mas plenamente desenvolvida no Brasil.
A sua morte prematura em 1972, aos 55 anos de idade, ceifou uma obra que estava em pleno vigor. As suas últimas obras mostram um profissional irrequieto em busca de novos caminhos para a arquitetura.
A exposição “Delfim Amorim em casa” inaugura o ano comemorativo do centenário do seu nascimento e é fruto do esforço conjunto da Câmara Municipal Póvoa de Varzim/Biblioteca Municipal Rocha Peixoto, da Universidade Federal de Pernambuco e da Universidade Federal da Paraíba. É organizada segundo uma narrativa expositiva que associa o seu pensamento arquitetónico aos seus projetos destinados à moradia – individual e coletiva. Trata, portanto, das casas de Amorim em sua casa, a Póvoa de Varzim, mas contempla obras relevantes projetadas para Guimarães, Vila do Conde e Porto, algumas delas ainda desconhecidas dos estudiosos da arquitetura moderna em Portugal. As obras realizadas em território brasileiro permitem uma reflexão sobre a permanência da forma de pensar e de fazer ao longo da sua curta, mas profícua, carreira.
De 2 de abril a 31 de maio de 2017
Na Biblioteca Municipal
Ver também:
•
Ver mais sobre Delfim Amorim
•
Folha de sala
•
Cronologia
|