“Um acontecimento real – as sucessivas mortes de pessoas provocadas por ataques de leões numa remota região do norte de Moçambique – é pretexto para Mia Couto escrever um surpreendente romance. Não tanto sobre leões e caçadas, mas sobre homens e mulheres vivendo em condições extremas. Como afirma um dos personagens, «aqui não há polícia, não há governo, e mesmo Deus só há às vezes». E A Confissão da Leoa, através da versão de Mariamar, habitante da aldeia de Kulumani, e do diário de Gustavo Baleiro, o caçador contratado para matar os leões – os dois narradores desta história – vai expondo diante dos nossos olhos como a guerra, a fome, a superstição, podem transformar os homens em animais selvagens: «Foi a vida que a desumanizou. Tanto a trataram como um bicho que você se pensou um animal». Sobre e contra este pano de fundo ergue-se uma extraordinária figura de mulher – Mariamar.”
Mia Couto, nascido António Emílio Leite Couto (Beira, 5 de Julho de 1955), é um biólogo e escritor moçambicano.
Escritor e jornalista moçambicano, António Emílio Leite Couto nasceu em 1955, na Beira, filho de uma família de emigrantes portugueses chegados a Moçambique no princípio da década de 50. Fez a escola primária na Beira. Em 1971, iniciou os seus estudos de Medicina na Universidade de Lourenço Marques (actualmente, Maputo). Por esta altura, o regime exercia grande pressão sobre os estudantes universitários. Ligado à luta pela independência de Moçambique, tornou-se membro da Frente de Libertação de Moçambique (FRELIMO).
A partir do 25 de Abril e da independência de Moçambique, interrompeu os estudos para trabalhar como jornalista, em primeiro lugar, em A Tribuna, juntamente com Rui Knopfli. Nessa altura, tornou-se também director da Agência de Informação de Moçambique (AIM). Participou na revista Tempo até 1981, ficando, depois, no Notícias até 1985. Altura em que ingressou na Universidade Eduardo Mondlane para tirar o curso de Biologia.
O seu primeiro livro, Raiz de Orvalho (poemas), foi publicado em 1983. Segundo o próprio autor, consiste numa espécie de contestação contra o domínio absoluto da poesia militante e panfletária. Seguiram-se, entre outros, Vozes Anoitecidas (1986), livro de contos com que se estreou na ficção e que foi premiado pela Associação de Escritores Moçambicanos, Cada Homem é uma Raça (1990), Cronicando (1988), livro de crónicas, Terra Sonâmbula (1992), o seu primeiro romance, Estórias Abensonhadas (1994), A Varanda do Frangipani (1996), Contos do Nascer da Terra (1997), Vinte e Zinco (1999) e Um Rio Chamado Tempo, Uma Casa Chamada Terra (2002). Em 2001, em Portugal, Mia Couto recebeu na Fundação Calouste Gulbenkian o Prémio Literário Mário António (prémio atribuído a escritores africanos lusófonos ou escritores timorenses de três em três anos) pela sua obra O Último Voo do Flamingo. Fonte->
Bibliografia na Biblioteca Municipal
O beijo da palavrinha
Lisboa: Editorial Caminho Lisboa, 2008. 28 p. ISBN 978-972-21-2015-9.
Cada homem é uma raça: estórias
Lisboa: Editorial Caminho, 1990. 185 p. (Uma terra sem amos; 44). ISBN 972-210-071-8.
A chuva pasmada / Mia Couto ; com il. de Danuta Wojciechowska
Lisboa: Editorial Caminho, 2004. 74 p. ISBN 972-21-1654-1.
Contos do nascer da Terra
Lisboa: Editorial Caminho, 1997. 245 p. (Uma terra sem amos; 86). ISBN 972-211-129-9.
Cronicando
Lisboa: Publicações Notícias, 1988. 136 p. (Tarimba; 1).
[pref. Fernando Dacosta]. Lisboa: Editorial Caminho, 1991. 197 p. (Uma terra sem amos; 52).
Estórias abensonhadas / Mia Couto, João Nasi Pereira
[5a. ed., ilustrada]. Lisboa: Editorial Caminho, 1994. 159 p. ISBN 972-21-1134-5.
Lisboa: Editorial Caminho, 1994. 186 p. (Uma terra sem amos; 69).
O fio das missangas: contos
2. ed. Lisboa: Editorial Caminho, 2004. 149 p. (Outras margens; 24). ISBN 972-21-1611-8.
O gato e o escuro / Mia Couto ; il. [de] Danuta Wojciechowska
Lisboa: Editorial Caminho, 2001. [23] p. ISBN 972-21-1415-8.
Lisboa: Editorial Caminho, 2003. 26 p. ISBN 972-211-415-8.
Idades, cidades, divindades: poesia
Lisboa: Editorial Caminho, 2007. 126 p. (Outras margens ; 69). ISBN 978-972-21-1896-5.
Jerusalém: romance
Lisboa: Editorial Caminho, 2009. 294 p. (Outras margens ; 84). ISBN 978-972-21-2062-3.
Mar me quer
Lisboa: Expo'98, 1997. 87 p. (98 mares; 75). ISBN 972-8396-25-2.
Ilustração de João Nasi Pereira. Lisboa: Editorial Caminho, 2000. 68 p. ISBN 972-21-1374-7.
Mia Couto: "Não quero que a escrita tome conta de mim. Ficava louco"
In:"Ler", n”. 84 (2009), p. 30-40.
Na berma de nenhuma estrada e outros contos
Lisboa: Editorial Caminho, 2001. 184 p. (Uma terra sem amos; 117). ISBN 972-21-1395-X.
O outro pé da sereia: romance
Lisboa: Editorial Caminho, 2006. 382 p. (Outras margens; 55). ISBN 972-211-795-5.
Pensageiro frequente
Lisboa: Editorial Caminho, 2010. 133 p. (Outras margens). ISBN 978-972-21-2115-6.
Raiz de orvalho e outros poemas
Lisboa: Editorial Caminho, 1999. 99 p. (Uma terra sem amos; 105). ISBN 972-21-1302-X.
Lisboa: Publicações Dom Quixote, D.l. 2009. 91 p. (Frente e verso).
Um rio chamado Tempo, uma casa chamada Terra: romance
Lisboa: Editorial Caminho, 2002. 262 p. (Outras margens: autores estrangeiros de língua portuguesa; 1). ISBN 972-21-1493-X.
Terra sonâmbula
Lisboa: Círculo de Leitores, 1995. 248 p.
Lisboa: Público - Comunicação Social, 2003. 222 p. (Mil folhas; 62). ISBN 84-962007-4-4.
Tradutor de chuvas: poesia
Lisboa: Editorial Caminho, 2011. 119 p. (Outras margens; ) ISBN 978-972-21-2400-3.
O último voo do flamingo: romance
Lisboa: Editorial Caminho, 2000. 228 p. (Uma terra sem amos; 114). ISBN 972-21-1334-8.
A varanda do Frangipani: romance
Lisboa: Editorial Caminho, 1996. 154 p. (Uma terra sem amos; 76).
2ª. ed. Lisboa: Editorial Caminho, 1997. 154 p. (Uma terra sem amos; 76). ISBN 972-21-1050-0.
Lisboa: Publicações Dom Quixote, 2010. 154 p. (Autores lusófonos).
Venenos de Deus, remédios do Diabo: as incuráveis vidas de Vila Cacimba
Lisboa: Editorial Caminho, 2008. 188 p. (Outras margens; 75). ISBN 978-972-21-1987-0.
Vinte e zinco
Lisboa: Caminho, 1999. 142 p. (Caminho de Abril). ISBN 972-21-1250-3.
Vozes anoitecidas
Lisboa: Editorial Caminho, 1985. 169 p. (Uma terra sem amos; 34).
[Áudio-livro]. Lisboa: Editorial Caminho, 2008. MHIJ - Editores Linda-a-Velha, 2008. 3 CD (40+70+69 min.). (Uma terra sem amos). CD1: 40 min; CD2: 70 min; CD3: 69 min.
BIBLIOGRAFIA PASSIVA
Castelos de algodão doce - ALMADA, Maria Oliveira da Silva de
Lisboa: Sextante Editora, 2009. 102 p. ISBN 78-989-676-002-1.
Entre o adobe e o aço inox = Between adobe and stainless steel : ideias e projectos / FORJAZ, José ; [fotogr. de Alexandre Júnior... [et al.] ; intr. de Jorge Couto, Feliciano de Mira, Mia Couto ; apres. de Raul J. Hestnes Ferreira]
Lisboa: Editorial Caminho, 1999. 327 p. ISBN 972-21-1276-7.
Literatura e inculturação do Evangelho, a partir duma obra de Mia Couto - SILVA, José Antunes da
In:"Brotéria", vol. 157, fasc. 5 (2003), p. 343-352.
Mar meu = My sea of Timor / poemas e pinturas de Xanana Gusmão ; pref. [de] Mia Couto ; [poemas trad. para inglês por Kristy Sword e Ana Luísa Amaral] ; [fotogr. de Ross Bird]
Porto: Granito, Editores e Livreiros, 1998. 73 p. Edição bilingue português-inglês. ISBN 972-97530-4-0.
Materiais para confecção de um espanador de tristezas: poesia - Ondjaki
Lisboa: Editorial Caminho, 2009. 86 p. (Outras margens; 77). ISBN 978-972-21-2029-6.
Momentos de aqui: contos - Ondjaki ; [pref. de Mia Couto]
Lisboa: Editorial Caminho, 2001. 145 p. (Uma terra sem amos; 118).ISBN 972-211-407-7.
Navegando no mar que nos navega: abordagens à obra "Mar me quer" de Mia Couto – COUTINHO, Maria João
Lisboa: [s.n.], 2005. 87 p. ISBN 972-906063-0.