José Caetano Calafate
Natural da Póvoa de Varzim [1811-1881] dedicou-se ao comércio do sal e da salga. Pessoa destacada na sociedade poveira, participou na vida pública – Presidente da Câmara (1858-1859), Vereador (1869) e Administrador do Concelho, deu largo contributo às instituições cívicas e religiosas. Deixou em testamento um avultado legado (…) para a fundação de um Asilo anexo à Santa Casa da Misericórdia.
BARBOSA, Fernando – Toponímia da Póvoa de Varzim. Póvoa de Varzim Boletim Cultural. Póvoa de Varzim: Câmara Municipal, Vol XXXI, nºs 1 e 2 (1994), p. 282-283.
(…) É, portanto com imensa satisfação, com grande júbilo, com poderosa alegria, que eu recordo o nome dum nosso prezado e querido conterrâneo, o nome de um comerciante probo, o nome dum excelente carácter que em vida foi modelo de virtudes cívicas e ao transpor os umbrais da humanidade fio um exemplo de abnegação e amor, - José Caetano Calafate, que em suas disposições testamentárias legou ao Hospital da Póvoa de Varzim a valiosa quantia de dez contos de reis, com a obrigação de sustentar cinco pobres asilados desta vila, com preferência dos seus parentes que estiveram nestas circunstâncias.
E foi tão feliz o benemérito bem feitor da Santa Casa [da Misericórdia], José Caetano Calafate, foi tão bem aceite e compreendia a sua patriótica e nobilíssima iniciativa, – que outros beneméritos bem feitores lhe seguiram as pisadas, e hoje, o Asilo da Póvoa de Varzim é um dos maiores patrimónios dos pobres.
É digno do nosso maior respeito, é digno da nossa maior veneração a memória tão querida do fundador do Asilo, porque a sua mão de semeador lançou em bom terreno a semente fecundante de tão ricos e apreciáveis frutos.
José Caetano Calafate, natural e residente nesta vila, faleceu no dia 2 de Maio de 1881. Este Panteon distingue-se e enaltece-se guardando as cinzas de tão modelar individualidade, apontando-a à admiração, à consideração e à gratidão dos varzinenses.
LANDOLT, Cândido – O meu Panteon. Póvoa de Varzim: João Agostinho Landolt, 1912. p 83-85.