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| | biografia «Eu, EL-REI, faço saber (…) que attentas as circunstâncias que concorrem em Avelino Barros,
photographo da Póvoa de Varzim, Hei por bem e PrazFazer-lhe Mercê de o Nomear
photogrepho da Minha Casa Real, sem pagamento algum à Fazenda Nacional, gosando porém
de todas as honras e prerrogativas que lhe competirem, e podendo com este título usar as
Armas Reaes Portuguesas para todos os effeitos.(…)
Paço, em dois d’outubro de mil novecentos e dois. EL-REI. Pela Mordomia Mór Conde de
Tarouca, camarista de sua Magestade. EL-REI.»
(Teor o DIPLOMA conferindo ao notável fotógrafo e nosso ilustre conterrâneo, AVELINO Barros, a distinção de ter sido nomeado
pelo Rei Dom Carlos I Fotógrafo da Casa Real).
Tão alta mercê foi-lhe concedida quando o talentoso artista expôs no Chiado, em Lisboa, 12
trabalhos de platinotipias típicas da Póvoa de Varzim e de costumes poveiros, os quais foram
muito admirados pelo Rei, que depois o recebeu no Palácio Real das Necessidades.
Avelino Barros nasceu na Póvoa de Varzim em 20-02-1880 e aqui faleceu no dia 27-01-1929,
com 48 anos de idade.
Hábil e talentoso fotógrafo, sucedeu a seu pai na direcção da Fotografia Barros (fundada em
1874) e de cujas oficinas saíram artísticos trabalhos que foram galardoados com os seguintes
prémios: - Diploma de Menção Honrosa na Exposição Universal de Paris (1900); - Grande
Prémio e Medalhas de ouro, prata e cobre, na Exposição Fotográfica Internacional de Nice
(1901); - «Hors-concours» e Membro do Júri na Exposição Internacional de Lyon (1902).
Em 1900 Avelino Barros foi convidado para Membro das Câmaras Sindicais de Comércio e
Indústria da França e em 1901 foi nomeado Membro Honorário do Instituto Gráfico Imperial e
Real de Viena (Áustria).
Este distinto fotógrafo e gravador foto-químico foi o introdutor, em Portugal, do novo sistema
de retrato colorido pelo processo fotográfico Coloro-Eastman (novidade de sensação para a
época) e executou artísticos retratos, estudos e efeitos de luz Rembrandt, tendo também feito
trabalhos de platinotipia, como acima dissemos e que motivaram tão merecido galardão real.
Avelino Barros colaborou em vários jornais e revistas com a publicação de apreciados e
artísticos trabalhos fotográficos, e foi redactor-em-chefe da revista mensal «Ilustração
Nacional», que se publicou na Póvoa de Varzim de Junho a Outubro de 1919, tendo saído
apenas 5 números de 32 páginas.
Esta revista contém artísticas fotografias de Avelino Barros foi ainda, de parceria com Manuel
Silva, director da revista mensal «Ala…Arriba…».
O semanário noticioso «Estrela Povoense», no seu número 1906, de Maio de 1908, publica a
sua primeira página uma SAUDAÇÃO em verso, da autoria de Bernardino Gomes da Ponte,
dedicada «ao meu amigo e laureado photographo Avelino Barros».
Depois de 1902, os documentos da Fotografia Barros tinham sempre impressas as armas reais,
prerrogativa própria e inerente à circunstância de ser Fotógrafo da Casa Real.
BARBOSA, Jorge – Toponímia da Póvoa de Varzim. Póvoa de Varzim Boletim Cultural. Póvoa de Varzim:
Câmara Municipal, Vol. XXVII, nº. 1 (1990), p. 262-264.
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