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história local > personalidades > João Baptista de Lima
João Baptista de Lima [01/03/1887 - 03/09/1963]

[ toponímia ]

[ + personalidades ]

 
biografia
João Baptista de Lima nasceu a 1 de Março de 1887 numa casa da rua da igreja, em Vila do Conde, filho de António Baptista de lima, piloto da marinha mercante, e de dona carmina do nascimento de Jesus Lima, neto paterno de João Baptista Lima e de Dona Gertrudes Margarida de Sousa, e, neto materno de João da Silva Reis, – e de Dona Ana Vitoria da Silva.
Faleceu na Póvoa de Varzim a 3 de Setembro de 1963 estando sepultado, em jazigo próprio, no Cemitério Municipal da cidade.
João Baptista de Lima fixou-se, com sua mãe na Póvoa de Varzim em 1893 contando apenas seis
anos da sua idade. Seu pai havia falecido em Pernambuco, Brasil.
João Baptista de Lima, vilacondense por nascimento, era Poveiro pelo coração. Nunca negou a terra da sua naturalidade, mas a Póvoa viveu sempre no íntimo da sua alma até ao último sopro de vida.
Começou por aprender a profissão de barbeiro enquanto se preparava para fazer exame da então chamada instrução primária. Já com inclinação para as letras torna-se tipógrafo fundando, em 1908, a Tipografia Camões. A par desta actividade profissional desempenhava as funções de bibliotecário na Biblioteca Municipal da Póvoa de Varzim passando, alguns anos decorridos, para funcionário, primeiro dos serviços municipalizados (director da «fabrica do gás»), passando mais tarde para a secretaria da câmara municipal até obter a reforma. Autodidacta notável, polémico, escreveu muitíssimo sobre a história da Póvoa e são inúmeros os seus escritos acerca de assuntos locais.
Escreveu, então, alguns versos e começou a colaborar em jornais, pela mão de Cândido Landolt, que o protegeu e o guiou nos primeiros passos da arte tipográfica e nas letras.
Foi correspondente local dos jornais «O Século» e «O Mundo», de Lisboa, da revista «A Lusitânia», do Rio de Janeiro e colaborou na revista «O Minho», da Casa do Minho no Brasil.
Colaborou em muitos jornais da Póvoa, durante muitas dezenas de anos, com escritos de índole histórica, como aconteceu com a sua colaboração nos semanários locais «O Comércio da Póvoa de Varzim» e «Ala Arriba». Publicou o «O Recreio», jornal académico da Escola Camões, ao Passeio Alegre (1900); fundou o semanário «O intransigente» (1908-1922); publicou «O Nabo», jornal, número-único, carnavalesco; foi autor da «Ilustração da Póvoa de Varzim» (1912); número-único de propaganda do Clube dos Intransigentes; foi um dos fundadores de «O Clarão» (1926); publicou um número-único das Bodas de Ouro dos Bombeiros Voluntários da Póvoa de Varzim (1928); foi redactor de «A Defesa» (1930) e de «A Independência» (1932); foi director de «O Correio de Portugal» (1931) e da revista literária «D. Calino Português», em cujos três primeiros números o seu nome figurou com o pseudónimo de Barónio Liberato (1956-1963).

Baptista de Lima publicou também os seguintes trabalhos: Suplemento Literário de «A Caridade» (1902); «Bem-me-queres», versos (1908); «Natercianas» sonetos a Camões (1909); «Alexandrinos» sonetos a Camões (1910); «Póvoa de Varzim», arquivo etnográfico-etimológico (1920); «Gomes de Amorim», 3 opúsculos, por ocasião do 1º Centenário de Gomes de Amorim (1927-1928-1929); «Gomes de Amorim em socorro da Poetiza de Vizela» (1929); «Bravos de Mindelo – Um Poveiro o Piloto da Esquadra Liberal» (1929); «Esposende até 1258 – Divagações Históricas» (1931); «Terras Portuguesas – Corografia Histórica» – 8 volumes (1932-1943); «Monografia da Póvoa de Varzim», separata das «Terras Portuguesas» (1939 – 2ª edição póstuma em 1966); «Problemas Históricos», opúsculo para o Congresso Luso-Espanhol para o Progresso da Ciências (1942); «Guia Ilustrado da Póvoa de Varzim» (1943-1951); «Alcunhas de Gente d’Algo» (1949); «Eça de Queirós, Poveiro Ilustre» (1952); «Póvoa de Varzim», revista milenária (1953); «heróis do Mar» (1956) e «Porto Poveiro» (1962).
Baptista de Lima foi cidadão honorário de Cerva e de Ribeira de Pena, membro da Associação dos Jornalistas e Homens de Letras do Porto, sócio do Varzim Sport Club e serviu em diversos cargos nos Bombeiros Voluntários, Clube Naval Povoense, A Fúnebre Familiar e fundador de A Filantropia.

BARBOSA, Jorge – Toponímia da Póvoa de Varzim. Póvoa de Varzim Boletim Cultural. Póvoa de Varzim: Câmara Municipal, Vol. XIX, nº1 (1980), p. 114-115.



 
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