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| | biografia João Pedro da Silveira Campos, filho do Dr. João Pedro de Sousa Campos e de D. Lucinda
Amália de Sousa Silveira Campos, nasceu na tarde de 30 de Setembro de 1882 e faleceu na sua
residência no dia 04 de Fevereiro de 1957, com 74 anos de idade.
Foi vereador Municipal, em 1908 e 1910, Administrador do Concelho, em 1910, voltando mais
tarde a ser Administrador e, também, Presidente da Câmara, de 10 de Novembro de 1931 a
1933 e de 4 de Maio de 1941 a 1951.
Foi agraciado com o grau de cavaleiro da Ordem Militar de Cristo, tendo-lhe sido entregues as
respectivas insígnias, com solenidade, em 04.04.1948.Em sessão camarária de18.05.1949, foi-
lhe concedida a Medalha de Reconhecimento Poveiro, de ouro, que lhe foi entregue, em sessão
solene de 01.06.1949, cuja proposta de concessão foi publicada no Boletim Cultural «Póvoa de
Varzim», Vol. I, 1959, Nº 1, pp. 75 e 76.
Foi Silveira Campos um Presidente enérgico, activo e empreendedor, consagrando-se de alma e
coração à administração do Município. Pugnou pela fixação da Zona de Jogo na Póvoa de
Varzim, pela continuidade do Liceu e construção do novo (e actual) edifício, restaurou o estado
das finanças camarárias e, sob a sua orientação, se abriram alinharam, alargaram e
pavimentaram numerosas ruas e avenidas, particularmente nos bairros Balnear e Norte, se
construíram lavadouros e fontanários públicos, em vários pontos do Concelho, se começou
com o Saneamento e se construiu o Bairro Municipal de 100 casas, no lugar de coelheiro – o
Bairro de Nova Sintra.
Aquando do seu passamento, a imprensa local teceu os mais rasgados elogios à sua acção
dinâmica e frutuosa à frente do Município poveiro. A Silveira Campos se deveu a erecção do
lindo Monumento a Eça de Queirós. A seu pedido, seu primo Raul Campos, fez reunir no Rio de
Janeiro um grupo de poveiros e amigos com a finalidade de conseguirem os fundos precisos
para a sua construção – cerca de 270 contos que, naquela época, era muito dinheiro!
Do semanário «Ala-Arriba», de 09.02.1957, respigamos o seguinte: «…Lutou para que se
fixasse a zona do jogo e se construísse a empresa de Turismo, que tem a assinalá-la dois
edifícios monumentais – o Casino e o Palácio Hotel. Empregou todos os esforços, que foram
coroados de êxito, para que o Estado vinculasse a existência do Liceu na Póvoa a um edifício
próprio, aproveitando para tanto o centenário, em 1945, do nascimento de Eça de Queirós. Deu
o seu concurso valioso para que o Governo da Nação continuasse o Porto de Pesca, a mais
antiga e palpitante aspiração da Póvoa; morre sem ver concluída essa magnífica obra. (…)»
O conceituado semanário «O comércio da Póvoa de Varzim», da mesma data, assim se referiu
a João Pedro da Silveira Campos: «…Com a sua morte desapareceu um homem que se devotou
inteiramente à sua e nossa Póvoa tendo por ela trabalhado com dedicação e persistência
durante o tempo que esteve à frente do Município, procurando dotar a Terra com
melhoramentos que julgava imprescindíveis ao seu progresso, como vila, praia e zona de
turismo. O Sr. Silveira Campos fazia parte duma geração de poveiros que vai desaparecendo
aos poucos sem vermos que haja novos capazes de os substituírem. No desempenho dos seus
cargos lutou por algumas reivindicações poveiras tendo conseguido através da sua tenacidade
torná-las em realidade. Deixou uma obra que não pode esquecer-se. Na sua primeira gerência
do Município continuou o corte da rua António Graça, já iniciada em parte, melhoramento que
tornou esta artéria uma das mais importantes da nossa praia, fez o corte da rua Elias Garcia
tirando-lhe alguns cotovelos que a desfeiavam. Mais tarde voltou-se para a pavimentação das
ruas do bairro balnear a paralelos, e contribuiu, em parte, para a construção do novo edifício
do nosso Liceu e até o monumento a Eça de Queirós teve a sua comparticipação, pois foi a seu
pedido que seu primo Sr. Raul Campos, fez reunir no Rio de Janeiro um grupo de poveiros para
conseguirem os fundos necessários para o custo do monumento que foi, mais tarde, oferecido
à Póvoa. De tudo quanto fez um melhoramento há que sobreleva os outros – o saneamento
geral da vila, obra que não se vê mas que colocou a nossa Póvoa a par das terras progressivas
do país. Quem assim trabalhou pela Terra merece bem o respeito e a gratidão de todos nós.
BARBOSA, Jorge – Toponímia da Póvoa de Varzim. Póvoa de Varzim Boletim Cultural. Póvoa de Varzim:
Câmara Municipal, Vol. XIX, nº. 1 (1980), p. 45-47.
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